terça-feira, 29 de setembro de 2015

O dia que encarei a Pedra da Gávea

É, minha gente, a pessoa aqui gosta de andar pelo mato, sentir cheiro de terra, de árvores, admirar a natureza e conhecer lugares altos com vistas de tirar o fôlego. Fazer trilhas é uma boa opção pra desfrutar disso tudo, mas precisa começar pela trilha mais difícil da região? Precisa? Pois foi exatamente o que eu fiz, e sem um calçado adequado (dica pra vida: se quiser trilhar, compre uma bota BOA, vai por mim). 

Então num belo dia de sol/nuvens eu me preparei toda toda pra subir a Pedra da Gávea. Eu e outros três aventureiros, acompanhados de um guia profissional, meu amigo, Marcelo Sá, e um amigo dele com bastante experiência em trilhas, Thainã. E antes de mais nada preciso falar: que turma bacana! Adorei passar o dia com eles. Marcelo garantiu um passeio com toda segurança possível, inclusive disponibilizando equipamentos de escalada no trecho mais temido da trilha (chegaremos lá). 

Todos prontos pra encarar mais de 2km de caminhada AND subida!!

Mais da metade da subida e aquela sensação de "O que é que eu to fazendo aqui?"

Quase no topo, porque no topo mesmo não tive coragem de ir. rsrs

Começamos a subir às 8h de um domingo, ou seja, um dia concorrido. Se você for durante a semana tem menos pessoas pra cruzar seu caminho. O que é muito bom quando o caminho é estreito e difícil de passar. rsrs 

Eu e o Imperador

Eu tenho muuuuuito medo de altura quando me dá a impressão que posso cair. E foi isso que senti em alguns trechos com o tênis de academia que escolhi usar pro passeio. A trilha é bem pesada, longa, íngreme, exige um bom preparo físico, bastante água, comida e roupas adequadas, o que inclui a bota que mencionei acima. Apesar de termos total apoio do Marcelo e do Thainã, eu me senti insegura em determinados trechos. Tudo porque meus tênis escorregavam muito e não me davam segurança nenhuma. E por esse medo de escorregar tive mais dificuldade na descida, num trecho de pedras acima da carrasqueira. Aliás, falando nela...

A temida carrasqueira


O que que eu to fazendo aqui? (parte 2)

Ai ai ai... como vou passar por esse paredão de pedra de cara pro penhasco? De top rope (já to falando termos técnicos). Foi esse paredão que subimos com auxílio de equipamentos de escalada e descemos de rapel. Pra subir deu aquele medinho básico de quem tá se pendurando em pedras pela primeira vez. Normal. Agora, depois do sufoco que passei na descida antes da carrasqueira, juraram que eu não faria o rapel e que precisaria chamar os bombeiros pra me resgatar ou me carregar nas costas. E pra surpresa de todos essa foi a parte mais legal! Por que? Porque eu não dependia só da força dos meus braços pra me agarrar em qualquer microfenda ou dos meus tênis escorregadios, eu estava segura por uma corda. Isso faz toda a diferença, sério. Desci feliz da vida, posando pra fotos e tudo. Foi o máximo.


De cara pro abismo #medo

Dominando a técnica do rapel. 


Ao longo da trilha tem alguns trechos com cordas e correntes pra auxiliar, e depois que aprendi a técnica do rapel usei todas as cordas que encontrei na descida. Até quando tava em pé no chão quase plano e não tenho vergonha disso. hahahha 

Subir pra quê?

Pra olhar o Rio de Janeiro de cima, ou pra ficar acima das nuvens, como foi nosso caso. Não foi nada decepcionante ter a paisagem coberta de branco, pelo contrário, foi a primeira oportunidade que tive de estar acima das nuvens não porque estou num avião, mas porque eu caminhei até superar as nuvens. Uau!


 Pedra Bonita vista de cima

Confesso que tenho vontade de repetir, apesar dos momentos difíceis, mas dessa vez com um calçado que me dê segurança e SEMPRE com um guia profissional, claro.

Super recomendo pra quem gosta de aventura, natureza e encara bem a altura. É uma experiência incrível. Nunca mais vou olhar pro Imperador com os mesmos olhos. Agora eu olho e penso: "eu conheço seu caminho. Já passei aí do seu lado." Isso vale qualquer medo ou dificuldade.

O que acontece lá em cima?

Até pedido de casamento! Sério, enquanto estávamos lá no topo rolou um pedido de casamento que complicou a vida de todos os namorados por perto. kkkkkkk


E ela vai dizer não e correr o risco de descer sozinha? Nunca! Cara esperto. rsrs

Informações úteis

- O parque abre oficialmente às 8h, mas antes disso já deixam entrar, até pra não congestionar muito a trilha. 
- Aconselho vivamente subir com um guia, porque tem trechos bem difíceis e há risco de se perder em alguns pontos. O Marcelo é especialista em turismo de aventura. Cola nele que você brilha. kkkk 
- Leve BASTANTE água, tipo uns 3l por pessoa. É fundamental se manter hidratado durante todo o percurso. Comidas leves (barrinhas de cereal, amendoim, bananadas, sanduíches etc) também são essenciais, porque o gasto energético é grande. 
- Ouça o Pedro Bial e use filtro solar! Eu não ouvi e to descascando até hoje, mais de uma semana depois...

No mais, have fun! É um excelente passeio, bom pro corpo e pra mente. 


2 comentários:

  1. Uhuuuu! Parabéns Bia! Pela aventura e o blog.
    A bota eu tenho, mas o condicionamento e a corági..... hahahahahhaaha

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